Mecanismos de Defesa do Ego: Navegando entre a Proteção e a Ilusão 

Projeções e negações, proteções do ego

Compreender a primitividade da alma e seu impacto na formação do ego é fundamental para alcançarmos uma melhor autocompreensão e para cultivarmos interações sociais mais saudáveis. Reconhecer como os instintos primitivos moldam nossas reações e defesas pode iluminar muitos dos desafios psicológicos que enfrentamos, melhorando nossa capacidade de resposta em vez de simplesmente reagir. As implicações desse entendimento são vastas, afetando não apenas o desenvolvimento pessoal, mas também informando práticas terapêuticas destinadas a ajudar indivíduos a lidar com reatividade excessiva e defesas de ego obstrutivas.

Formação do Ego e a Alma Primitiva 

alma primitiva

Em nosso artigo anterior, exploramos a primitividade da alma como a essência instintiva e fundamental da psique humana, que desempenha um papel crucial em nossa sobrevivência e interações iniciais com o mundo. Aprofundando esse entendimento, vamos considerar agora como essa base primitiva molda uma das estruturas mais complexas e intrigantes da mente humana: o ego.  … Ler mais

A Primitividade da Alma

Alma primitiva

No cerne da primitividade da alma estão os instintos básicos e ancestrais ligados à sobrevivência, proteção e continuação da vida. Esses aspectos, embora rudimentares, compartilhados com outras formas de vida, são cruciais para nossa existência biológica. Tradicionalmente, em muitas culturas, a primitividade da alma é associada a elementais ou forças da natureza, refletindo uma conexão profunda com o mundo natural. Esta conexão é frequentemente simbolizada por animais de poder, que representam a projeção externa de nossa essência mais primitiva.

Parte 2: A Digestão das Impressões e a Terapia de Vidas Passadas

Realizar a “digestão das impressões”, como proposto por Gurdjieff, é um desafio significativo, especialmente na ausência de um facilitador experiente. Embora Gurdjieff nunca tenha usado o termo “catarse”, há uma correlação entre os conceitos. A digestão das impressões refere-se a um processo profundo e integrativo de assimilação de experiências, semelhante ao conceito de catarse, que … Ler mais

Os Mistérios de Nossa Alma

Liberte-se do aprisionamento

Desde os primórdios da humanidade, a alma tem sido um enigma central na busca pelo autoconhecimento e pela compreensão do universo. Filósofos, teólogos e místicos de todas as eras têm tentado decifrar sua natureza, explorando suas profundezas em busca de verdades universais. A alma não é apenas uma entidade abstrata. Afinal, é o núcleo de … Ler mais

As influências que te dominam

Influências que nos afetam

O desenvolvimento humano é inextricavelmente moldado por uma miríade de influências. Desde o momento do nascimento, somos continuamente moldados por forças externas, sejam elas derivadas da sociedade, cultura, educação ou família. Estas influências, muitas vezes sutis e imperceptíveis, ditam não apenas nossas ações, mas também nossa percepção do mundo. Além disso, cada geração traz consigo novas perspectivas e paradigmas culturais que, por sua vez, influenciam nosso comportamento e pensamento.
No entanto, precisamos entender profundamente como essas influências impactam nossas vidas. Ao compreender e discernir essas influências, podemos não só nos proteger de manipulações externas, mas também direcionar essas energias de forma construtiva, acelerando nosso crescimento pessoal e espiritual.

Tradição e Transformação: O Legado Vivo de Gurdjieff no Mundo Moderno

O que faz uma experiência pessoal de contato com um grande mestre se tornar um sistema de trabalho? Principalmente quando tal mestre não está mais presente e com isso se perde a possibilidade da transmissão direta de seus ensinamentos. Esse é um problema que ocorre em todas as matérias de conhecimento humano. Contudo, torna-se mais desafiador quanto mais subjetivo é tal conhecimento a ser preservado e transmitido. Assim, é inevitável que tal fato tenha ocorrido e ainda ocorra com o legado de Gurdjieff e do Quarto Caminho. Portanto, a quem se deve o legado de um mestre?

O que faz uma experiência pessoal de contato com um grande mestre se tornar um sistema de trabalho? Principalmente quando tal mestre não está mais presente e com isso se perde a possibilidade da transmissão direta de seus ensinamentos. Esse é um problema que ocorre em todas as matérias de conhecimento humano. Contudo, torna-se mais desafiador quanto mais subjetivo é tal conhecimento a ser preservado e transmitido. Assim, é inevitável que tal fato tenha ocorrido e ainda ocorra com o legado de Gurdjieff e do Quarto Caminho. Portanto, a quem se deve o legado de um mestre?

O Legado de um Mestre

Este artigo, e possivelmente o próximo, reflete sobre a quem pertence o legado de um mestre. Podemos fazer essa pergunta a todas as grandes correntes filosóficas e espirituais. Afinal, todas elas se baseiam na ideia de que alguém, com habilidades especiais, conseguiu compreender o incompreensível, o místico e esotérico. Essas pessoas das quais chamamos de mestres são assim reconhecidas por terem possuídos a capacidade de iluminar a escuridão de nosso entendimento sobre o propósito da existência humana.
Afinal, muitos são os que não se satisfazem com simples explicações que o sentido de nossa existência se trata apenas de uma sequência de eventos causais. Ou ainda, da mera casualidade das forças físicas e químicas que assim originaram a vida. Ainda mais uma vida que persiste e insiste em evoluir. Portanto, a pergunta “por que estamos aqui?” definitivamente surgiu com as primeiras capacidades cognitivas que transformaram o ser humano em um ser de “três cérebros”. Em outras palavras, essa questão emerge com o despertar de nossa consciência.

O Tempo Sob a Ótica da Ciência Moderna e a Cosmologia de Gurdjieff

Em 2023, astrônomos da Universidade de Chicago e da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign descobriram que o tempo, no início do universo, parecia se desenrolar mais lentamente do que hoje. Este fato foi revelado ao estudarem a luz de quasares, objetos astronômicos extremamente luminosos localizados no centro de galáxias distantes. Não obstante, Gurdjieff propõe em sua cosmologia que o tempo passa mais rápido à medida que afastamos pelo Raio da Criação. Um fato intrigante de como observações subjetivas baseadas em antigas tradições espirituais podem também ser encontradas nas modernas observações científicas.

Aprisionamento, você está preso nessa armadilha?

Morra comendo suas pimentas

Somos livres em nossas escolhas ou muitas delas somente repetem um padrão repetitivo aprisionado? Essa é uma das grandes perguntas filosóficas e psicológicas que qualquer buscador da verdade encontrará em seu caminho. É possível entender o quanto somos livres em nossas decisões? Quantas vezes ficamos aprisionados em nossos comportamentos e obsessões? Sobre isso, George Gurdjieff, começa sua obra “Relatos de Belzebu a Seu Neto” justamente falando sobre o que hoje é chamado teoria do aprisionamento. Ao entender isso, espero lançar luz sobre como podemos evitar a armadilha do aprisionamento. Assim como buscar a liberdade e a autenticidade em nossas vidas.

A Evolução Dos Ensinamentos Esotéricos e Transformação Digital

Gurdjieff e sua jornada esotérica

A escola do Quarto Caminho passou por grandes transformações. Isso aconteceu desde suas origens esotéricas até sua atual presença digital. Tais transformações nos fazem perguntar como uma escola fechada (esotérica) pode ser transformada em um sistema aberto de divulgação? Será que os meios digitais podem corromper a integridade da mensagem que o Mestre G.I.Gurdjieff pretendia transmitir? Ou será que os meios digitais podem facilitar a divulgação de sua mensagem e assim atingir a muito mais pessoas? Como podemos manter a qualidade da essência da mensagem de Gurdjieff enquanto a internet a torna cada vez mais popular?

Gurdjieff e o poder da imaginação

Imaginação em Gurdjieff

Neste artigo, mergulhamos profundamente na filosofia de G.I. Gurdjieff, com foco especial em seu uso da imaginação como ferramenta para o crescimento espiritual. Exploramos como Gurdjieff definiu a imaginação, como ele a utilizou em seus ensinamentos e práticas, e como ele acreditava que a imaginação poderia ser usada tanto para criar um ‘céu’ de autoconhecimento e transformação, quanto um ‘inferno’ de autoengano e ilusão. Também comparamos as visões de Gurdjieff sobre a imaginação com as de Carl Jung, e discutimos como a imaginação é vista no misticismo oriental, hermetismo e alquimia, tradições que influenciaram ambos os pensadores. Este artigo oferece insights valiosos para qualquer pessoa interessada em psicologia, espiritualidade e o poder da imaginação.

Imaginação: Uma Ferramenta para o Autoconhecimento e a Transformação Pessoal

Imaginação, gurdjieff e Jung

Gurdjieff, mestre espiritual, escritor, compositor e dançarino, e Carl Jung, pioneiro da psicologia analítica, tinham visões distintas sobre a imaginação. Gurdjieff via a imaginação descontrolada como um obstáculo ao desenvolvimento espiritual, mas reconhecia que, quando utilizada de forma consciente, poderia ser uma ferramenta eficaz para o autodesenvolvimento. Por outro lado, Jung considerava a imaginação uma porta para o inconsciente, proporcionando uma visão valiosa sobre nós mesmos e nosso mundo interno.
Nas escolas iniciáticas, essas perspectivas sobre a imaginação desempenham um papel crucial. Tais escolas, frequentemente embasadas em simbolismo rico e complexo, recorrem à imaginação do neófito para facilitar a jornada de autodescoberta e transformação. O uso da imaginação, seja através de rituais, meditações ou outras práticas espirituais, é fundamental para desvendar os significados ocultos por trás dos símbolos e metáforas utilizados.

A Arte Real e o Poço Iniciático

Arte Real e a Divina Comédia de Dante

O Poço Iniciático serve como um magnífico exemplo de uma estrutura repleta de simbolismo e arquétipos, destacando-se como um modelo primoroso de Legomonismo. Mas, o que isso realmente implica? Para decifrar esse mistério, precisamos mergulhar no funcionamento das antigas tradições iniciáticas. Essas tradições, conhecidas como “Arte Real”, oferecem um ponto de partida essencial para essa compreensão.

Mais que uma iniciação, o Poço é um grande palco onde se desenvolve a Arte Real. E é através dessa arte que se cria grandes impactos de transformação e psicológicos no iniciado.

O Poço Iniciático de Sintra: Uma Jornada Alquímica, Hermetismo e Legonomismo

O Poço Iniciático é uma construção localizada na Quinta da Regaleira, em Sintra, Portugal. É um local misterioso e fascinante que atrai a atenção de turistas e estudiosos ao longo dos anos. Neste artigo, vamos explorar a história do Poço Iniciático, sua relação com o hermetismo e a alquimia. Claro que não podemos perder a … Ler mais

Legonomismo, Mandalas e a Páscoa: Símbolos e Significados

Mandala e legonomismo, IA cria uma mandala representando Cristo e a Páscoa

O legonomismo é um conceito desenvolvido por George Gurdjieff que se refere à transmissão de conhecimentos e verdades universais através de formas simbólicas e artísticas. Jung também observou algo similar ao conceito do legonomismo de Gurdjieff em seus estudos das mandalas, seus símbolos e significados. O simbolismo desempenha um papel crucial na compreensão e expressão … Ler mais

Integração: Conexão entre os Ensinos de Gurdjieff e os Conceitos Junguianos

Mandalas e Eneagrama, Jung e Gurdjieff, uma integração

Nos últimos artigos discutimos as semelhanças e diferenças das abordagens de Carl Jung e de George Gurdjieff. As semelhanças entre ambas as abordagens nos fornecem pontes de comunicação entre os dois ensinamentos. Enquanto suas diferenças podem ser usadas como complementos necessários entre os dois métodos.
Contudo, podemos nos perguntar: Como uma pessoa pode usar as abordagens, técnicas, ensinamentos e teorias de Carl Jung e de George Gurdjieff como aliados em seu caminho de desenvolvimento pessoal?

Raízes de Jung x Gurdjieff, uma reconciliação possível?

Jung e Gurdjieff, uma reconsciliação

Carl Gustav Jung e George Ivanovich Gurdjieff são dois dos pensadores mais influentes no campo da psicologia e espiritualidade. Embora suas abordagens sejam distintas, suas ideias e ensinamentos tiveram uma enorme influência na forma como as pessoas entendem a psique humana e a busca por significado e propósito na vida. Já discutimos sobre as diferenças e semelhanças entre esses dois gigantes nos dois artigos anteriores e você pode ler por aqui e aqui. Neste artigo, traçaremos as raízes filosóficas e espirituais desses dois grandes mestres e discutiremos suas principais inspirações. Também discutiremos se é possível reconciliar e obter resultados ainda mais transformadores.

Quarto Caminho ou quatro funções psicológicas?

Quarto caminho ou quatro funções psiquicas

Neste artigo, continuamos a explorar as ideias e teorias de dois grandes pensadores do século XX: Carl Gustav Jung e Georges Ivanovich Gurdjieff. Jung, um psiquiatra e psicólogo suíço, é mais conhecido por seus conceitos de arquétipos, inconsciente coletivo e tipologia psicológica. Gurdjieff, por outro lado, foi um místico e mestre espiritual russo-armênio, cujos ensinamentos tratavam principalmente do desenvolvimento do ser humano e da busca pela consciência superior. Embora suas teorias e abordagens possam parecer distintas, há pontos de convergência e divergência que valem a pena investigar. Nesta análise comparativa, continuamos a identificar e discutir as semelhanças e diferenças entre as propostas de Jung e Gurdjieff, oferecendo uma perspectiva única sobre as contribuições desses dois gigantes intelectuais no campo do desenvolvimento humano e da espiritualidade

Psicologia e espiritualidade na perspectiva de Carl Jung e Gurdjieff

Apesar de suas diferenças, Jung e Gurdjieff compartilhavam uma compreensão profunda da psique humana e sua relação com o mundo espiritual. Ambos acreditavam que a jornada espiritual era uma jornada interior, e que o autoconhecimento era fundamental para alcançar a iluminação. Mas entre Carl Jung e Gurdjieff, quem pode nos dar melhores respostas?

Liberdade ainda que me tardia

A liberdade é um conceito que pode parecer uma fantasia, mas é uma realidade que pode ser alcançada. As escolas de desenvolvimento espiritual, filosófico ou religioso oferecem dois tipos de instruções para alcançar a liberdade. A primeira é a liberdade interior, que está ligada à como uma pessoa lida com suas paixões e desejos. A segunda é a liberdade exterior, que se refere aos condicionamentos impostos pela educação, cultura e família.

O que uma Inteligência Artificial pode nos ensinar sobre espiritualidade?

Pode uma IA ensinar sobre espiritualidade?

Recentemente fiquei instigado com várias avaliações dos novos modelos de inteligência artificial (IA) generativas. Esses novos algoritmos são capazes de consumir uma imensa massa de dados e realizar várias associações. Ainda mais, são capazes de conversar utilizando uma linguagem mais natural e humana. Muitos artigos de várias áreas do conhecimento humano estão sendo escritos utilizando principalmente o ChatGPT. Alguns artigos somente dizem que uma “máquina” é o autor no fim do seu texto. Isso me levou a testar essa ferramenta. Obviamente não poderia deixar de “entrevistar” esse algoritmo sobre os temas centrais dos quais eu escrevo em meu blog: espiritualidade e quarto caminho. Pode uma inteligência artificial nos ensinar algo sobre espiritualidade? Ainda mais, poderá uma IA tornar-se autoconsciente?

Parte X, Aprendendo com suas emoções negativas

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É comum nos círculos de estudo do quarto caminho buscar um certo paralelo sobre as teorias de Jung e a cosmologia de Gurdjieff. Uma das questões que mais vem à tona é sobre o conceito de sombra e como pode ser interpretado dentro dos conceitos psicológicos de Gurdjieff. muitas vezes o conceito de sombra é associado ao conceito de emoções negativas. Todavia isso parece sempre incompleto. Trabalhar com as emoções negativas é a parte mais difícil que se pode realizar dentro do trabalho. Mas há um “X” que pode lhe ajudar nisso.

Tensão, atenção e intenção

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Nada pode alterar o rumo de sua vida além de sua própria força interior. Para tanto, é preciso compreender que não falta força de vontade a ninguém. Claro que pessoas são diferentes, realizarão trabalhos diferentes e possuem necessidades diferentes. Isso não é uma competição. Porém, o que acontece é que a força de vontade está totalmente fragmentada entre todos os seus diversos eus que habitam o campo do estado de tensão. E é por isso que muita gente sente que fez muita coisa e não sai de lugar nenhum. Pois, ao final estão realizando uma soma zero.

O ponto perfeito

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Perfeição só pode ser percebida pelo julgamento de quem observa em um determinado momento. Portanto, algo notado como perfeito pode ser avaliado como imperfeito para uma diferente ocasião ou momento. Assim, o que é perfeito deixa de ser perfeito quando as circunstâncias são outras. Então, há uma efemeridade e um julgamento estético associado a perfeição. Contudo, do ponto de vista moral, o que é perfeito também pode evoluir para algo ainda melhor na medida que nossa compreensão do mundo também evolui.

Posso te ajudar?

Ajudar e ser ajudado

Ajudar é a mais nobre ação humana. Também é um grande diferencial evolucionário. Não foram os animais mais fortes que sobreviveram. Entretanto os mais adaptados. Assim, a capacidade de colaboração, aliada a compaixão, faz com que o ser humano se disponha para ajudar, mesmo perante aquele que ele não conhece. Esse é o tema do Ponto 2 do Eneagrama.

É preciso ser o melhor para vencer

Imagem de Foundry Co por Pixabay

O Ponto 3 no Eneagrama representa o ato heroico, o herói e heroína que realiza sua melhor versão a cada ciclo de suas oitavas pelo Eneagrama. Em outras palavras, ninguém consegue realizar nada em sua vida, principalmente em sua vida psicológica e espiritual, se não tiver dentro de si sua própria imagem de herói. Essa força não se identifica com o “status quo” de sua atual situação. Não se conforma ao sentimento de derrota. Ao contrário, fará o que for necessário para alterar o que precisar e vencer esse desafio. Sua força vem do desejo de vencer e conquistar o que não se tem neste momento: a sua própria alma.

Sou incompleto, e isso é ruim?

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Conforme caminhamos no raio da criação pelo Eneagrama, chegamos no abismo que separa o Ponto 5 do Ponto 4. Tal abismo é angustiante. Não há razão ou lógica que faça vencer tal obstáculo. Ainda mais, o que lhe traz ao fundo desse abismo é justamente a compreensão da atual realidade em que se vive. Em outras palavras, esse abismo, como diz Gurdjieff, é a compreensão do verdadeiro “terror da situação” do ser humano. Impossível tal terror não recair sobre aquele que percebe o tão distante estamos da Fonte de emanação Divina. O quão falso e mecânico é a vida orgânica. Uma simples máquina de repetir comportamentos. Contudo, há aqui uma importante mudança de polos: uma mudança do centro do pensamento para o centro emocional.

Saber é poder

Na nossa jornada pelo raio da criação pelo Eneagrama, encontramos no Ponto 6 o “perigo”, o risco de existir. Também a percepção de que somos responsáveis pelas escolhas que fazemos em nosso processo de cocriação. Haverá sempre riscos, incertezas e medos em todas as escolhas que fazemos. No entanto, o domínio do saber oferece segurança. Logo, quem domina o saber também possui poder. Assim, conhecimento torna-se um valor no universo. Portanto, esse é o tema do Ponto 5 do Eneagrama.

Perigo adiante!

Imagem de 0fjd125gk87 por Pixabay

Viver é estar em constante perigo! Tudo que fazemos tem consequências. O mundo segue a lei da causa e consequências. Para cada ação haverá uma reação, de força igual e contrária. Mesmo quando trazemos a Força 3 para a equação, ou seja, quando buscamos a harmonia, ainda assim uma escolha foi feita. Da mesma forma, para cada escolha haverá uma renúncia de muitas outras escolhas. E como saber que fizemos as escolhas certas? Esse é o dilema do Ponto 6 do Eneagrama.

A grande força da Criatividade

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

O Ponto 7 no Eneagrama, pela lei de três, deve reconciliar as tensões existentes entre o Ponto 9 (não existência) e o Ponto 8 (existência). Assim, o que pode trazer resolução para este conflito e tensão? Além disso, que resolva tal tensão mantendo o propósito e objetivo do raio da criação? A força que tem o poder de fazer isso é a força da criatividade. Somente a criatividade pode encontrar soluções fora do campo de tensões.

No começo era o nada

Este é o verdadeiro princípio da essência no ponto 9 do Eneagrama. Assim como é a verdadeira personalidade de quem neste ponto cristaliza no processo de crescimento. Como iremos ver ao longo dos próximos artigos, cada ponto do Eneagrama representa uma história dentro do raio da criação. O motivo pelo qual a personalidade se cristaliza em um ponto e não em outro não é totalmente conhecido. Pode-se especular que isso se deve a missão de vida de cada um. Porém, pode ser simplesmente por questões hereditárias e genéticas. O fato é que existe uma distribuição equalitária entre os tipos de personalidade ao longo do Eneagrama. É como se a própria personalidade também tivesse de obedecer a uma lei universal da qual tudo se desdobra em um processo de nove partes (ninefoldness).

Personalidade e essência no Eneagrama

Imagem de Anke Sundermeier por Pixabay

A essência é algo indivisível e faz parte dessa grande escala cósmica. É a partir dessa essência que personalidade se desdobra como um reflexo exterior. É como se a essência da árvore fosse sua semente. Dela nasce caule e raiz. Será essas raízes e caule que darão a estrutura para a personalidade que nesse exemplo são suas folhas, flores e frutos. Na verdade, neste exemplo não há uma divisão entre essência e personalidade. Contudo, imagine essa mesma semente crescendo em um vaso suspenso. O crescimento dessa semente estará limitado ao espaço confinado do vaso. É exatamente o que a falsa personalidade faz.

O hábito que faz o monge

auto sacrifício

Qualquer pessoa que inicia em uma atividade é um discípulo. A raiz dessa palavra tem o mesmo significado de disciplina. Também significa aprendiz. Ou seja, discípulo é aquele que se sujeita a um método de uma escola e de seus professores para aprender algo pela disciplina. Portanto, será o hábito que faz o monge. Nesse caso, o hábito não significa as vestimentas do monge e sim todo o conjunto de disciplinas e práticas habituais que o monge se sujeita diariamente.

Coisas estranhas acontecem quando se esquece de si

O seriado Stranger Things chegou em sua quarta temporada trazendo muitas recordações nostálgicas dos anos 80. Também fez ressurgir um hit musical esquecido no tempo que foi usado como um artifício “mágico” contra o ser das trevas que habita a cidade de Hawkins. Essa pacata cidade norte americana esconde algo sombrio. Nas primeiras temporadas foram apresentados como seres de outros planetas ou dimensões. Depois parece como o “devorador de mentes”.  Finalmente sua fonte é revelada: a negatividade de suas próprias emoções!

Devo alertar que esse conteúdo contém spoiler!

Ao encontro de si

Imagem de Larisa Koshkina por Pixabay

Porém, volto antes na questão do porquê é tão difícil realizar a auto-observação. Existe um fato que talvez você já tenha percebido: é difícil lidar com o conceito do erro. Gurdjieff chama esse sentimento de remorso de consciência ou vergonha orgânica. A vergonha orgânica é um órgão por assim dizer. Em outras palavras, faz parte de uma função biológica que nos faz arrepender de ter feito algo uma vez que tomamos consciência do erro e do dano que tal ação ocasionou. Contudo, em um conceito evolucionista não existe erro e sim experimentação. Todavia, se você está sempre experimentando e não tem uma referência que lhe diz “opa, isso não foi nada legal”, você não tem como aprender com o que experimenta. Da mesma forma, a vida evolui à medida que aprende com o que experimenta.

Texto das sete viagens psicomórficas de um insight cataclísmico

Inconsciente e consciente

O inconsciente não pode ser acessado diretamente. No entanto, isso não significa que não podemos ver suas projeções. Estar inconsciente é não ter o conhecimento, ou seja, é o oposto de ter conhecimento sobre algo. Logo, o inconsciente é algo que não existe somente para quem não o vê. Em outras palavras, é como as … Ler mais

Você conhece o seu balanço?

Balanço é algo que nos leva de um extremo ao outro, mas, sempre acha um ponto de equilíbrio. Assim, algo que tem balanço consegue mover e retornar ao seu próprio centro. Do mesmo modo, algo desbalanceado vai querer trazer tudo o que está ao seu redor para sua excentricidade. A vida na personalidade é uma vida sem balanço. Uma vida que precisa servir um ponto que está fora do seu centro. Algo que está em sua periferia. Portanto, algo excêntrico a você.

Comer ou ser comido, eis a questão

Se vamos digerir algo é porque comemos algo. Algo nos alimentou. Logo, algo se tornou alimento. Contudo esse algo foi antes de mais nada alimentado por outro. Assim, desde o princípio dos tempos, existe um processo de transformação e transferência das substâncias que vão formando novos corpos. Então, tudo vai ser transformando e aos poucos transmutando.
Mas todo processo de se alimentar representa um certo grau antropofagico. Mesmo um vegetariano está a se alimentar dos mesmos elementos que compõem o seu próprio corpo. Da mesma forma, como seres vivos necessitamos de alimentos que também possuem um certo grau de vida. Não podemos simplesmente comer minerais e tomar banho de luz. Temos de comer certos seres que já absorveram um determinado nível de transformação e transmutação.

Manifeste-se antropofágico

Digerir as impressões é também digerir a si mesmo. E por que não dizer que é também um processo antropofágico? O escritor Oswald de Andrade apropriou-se desse termo em seu manifesto antropofágico. Manifesto que simboliza a revolução cultural do modernismo no Brasil. O termo “antropofágico” está relacionado a “antropofagia”. Refere-se ao ato de comer a carne de outro ser humano. Esse era um costume de algumas culturas primitivas. Então, quem devorava a carne de outra pessoa, estaria assim adquirindo as habilidades da pessoa devorada.

As associações que lhe moldam

Giuseppe Arcimboldo

 Um dos melhores conceitos que aprendi com os ensinamentos de Gurdjieff é sobre o conceito dos alimentos e os corpos. Cada um de nossos três corpos necessitam de um tipo diferente de alimento. O corpo físico do alimento físico, ou seja, comida e líquidos. Enquanto o segundo alimento é o ar. Não é o simples … Ler mais

Além da vida orgânica, morte e vida

Quando entendemos nossa localização na escala cósmica, logo virá a pergunta: o que nos espera além da vida orgânica? A força da vida busca uma evolução constante. O ser humano possui uma psique que vai além das funções básicas necessárias para sobrevivência. Contudo, este é o legado da cultura humana. Com todas suas qualidades e seus defeitos. Afinal, é o patrimônio que nos distingue dos demais animais. Cada indivíduo contribui com essa construção ao seu modo e dentro de seu tempo. Porém, se a vida orgânica sobrevive a morte pela ação de copiar e colar, pode o indivíduo sobrevier também a morte?

Vida orgânica e a escala cósmica

Imagem de Gordon Johnson por Pixabay

A nossa localização na escala cósmica começa inevitavelmente na vida orgânica. Somos seres vivos e de base orgânica. Isso significa que fazemos parte de uma escala que exige certas condições especiais. Além disso, possui suas próprias características. Os astros, planetas e sois de todo o universo observável seguem regras matemáticas e leis físicas para surgirem. No entanto, não há uma lei matemática para o surgimento da vida orgânica. O motivo de sua existência é um grande mistério.

A escala cósmica e a sua relação com o universo

colisão de galáxias

A treze bilhões de anos atrás nada existia no universo que habitamos. Nada além do nada, do completo vazio. Então desse nada surge algo do tamanho de uma bola de futebol com todo o conteúdo do universo. Toda essa energia se expande em uma velocidade incrível ionizando esse campo vazio. Dessas partículas e nuvens surge … Ler mais

O aluno, o professor, o grupo e as escolas iniciáticas

Imagem de mollyroselee por Pixabay

Quando pensamos em desenvolvimento pessoal, não devemos pensar que isso é algo muito distinto de qualquer desenvolvimento de habilidades humanas. Como quando queremos aprender a tocar um instrumento, aprender uma nova língua ou se tornar um profissional em uma área de atuação. Assim, devemos compreender quais os elementos que fazem parte dessa equação: O aluno, o professo, o grupo, o ambiente e a matéria a ser estudada.

Sobre nós e sobre a vida. 

Se você avaliar honestamente sua vida, irá notar que a quantidade de tempo gasto voltado para nós mesmos e nossa vida interior é insignificante. Porém, para essa avaliação fazer sentido é necessário saber distinguir o que é a vida interior da vida exterior. Caso contrário, alguém facilmente irá confundir suas interações com as incansáveis demandas de seus vários “eus” com a verdadeira vida interior. Essa distinção não é tão simples. Afinal, em nossa formação, escolarização e atividades diárias, quase tudo foi focado em externalidades. Fomos orientados para o conhecimento vindo de fora. Aprendemos a olhar apenas para fora de nós mesmos e a lidar com pessoas, coisas e circunstâncias externas. Mesmo nossas “orações” acabam sendo dirigidas para fora, para um Deus externo. Aprendemos muito pouco sobre voltar para nós mesmos. Por fim, isso acontece apenas brevemente e com longos intervalos.

Você está preparado para o choque ? – Parte 4

Não há muitos mistérios ou segredos para despertar um ser humano adormecido. Ao longo da vida todos adormecemos como parte do processo de crescimento. Acordar é antes de mais nada lembrar de si. E para isso, sabe o que todos nós sempre precisamos? Somente de um bom choque. Mas, por estarmos profundamente adormecidos, um choque não é suficiente. É necessário um longo período de choques contínuos. E esses choques devem vir de fora. Devem vir de fora da nossa psique. Acima de tudo, o ser humano deve ser colocado em condições para receber esses choques. Esses choques podem vir de outra pessoa ou das próprias condições em que a pessoa se submete. Contudo, esses choques devem ser repetidos pelo tempo necessário para despertá-lo.

Amortecedores, imagem e imaginação – Parte 3

Imagem de Gordon Johnson por Pixabay

O ser humano está sempre a esquecer de si. No entanto, nosso cérebro não aceita buracos na memória. Assim, tudo que não é lembrado como realmente aconteceu será então imaginado. A imaginação é o maior alimento para os amortecedores psicológicos. Afinal, é mais doce e suave viver a imaginar sua própria fantasia que enfrentar a realidade. Mesmo que essa fantasia seja triste, melancólica e depressiva. Afinal, o que mais fazemos em nossas vidas é manter-se identificados com nossos padrões e complexos. Tudo em nome de um “auto-amor” e uma eterna auto-pena (comiseração, desgosto, martírio, clemência, compadecimento, compaixão, condoimento e condolência por si). Claro, todos nós nos achamos especiais. Até o nosso sofrimento é exclusivo, único e especial. E o que mais amamos acima de tudo é o nosso sofrimento. Contudo, a razão para isso vem por acreditar que tudo que lhe ocorre é sua culpa e responsabilidade.

Sua liberdade está além da imaginação – parte 2

Além da aparência externa, não há nada permanente. Tudo muda sem cessar. Não há um único centro controlador nem um eu permanente. Assim, o personagem que representa o homem na vida nada mais é do que uma construção artificial. Mais uma vez é bom lembrar que tudo isso é muito útil para a vida. São mecanismos vencedores do ponto de vista evolutivo. Além disso, funcionam relativamente de forma sadia dentro do coletivo. No entanto, é a falta de participação voluntária o grande gerador de desiquilíbrios. A grande maioria das pessoas não precisam de remédios psiquiátricos. Também é nisso que reside as grandes injustiças sociais. A solução para muitos desses problemas passa por aprender a regular nossas próprias máquinas.

Obstáculos para o despertar – Parte 1

Imagem de GLady por Pixabay

Não há necessidade de nenhum despertar além do sono biológico restaurador para estar na vida. Não há necessidade de um despertar de consciência. Mesmo que eventualmente aconteça de uma pessoa sentir uma vontade de buscar um segundo despertar, dificilmente terá forças suficientes para realizar isso. Não há vontade suficiente de ser. Isso somente será possível quando influências externas e especiais chegam a essa pessoa. E este segundo despertar tem somente a ver com a vida de seu interior. Em outras palavras, de um mundo totalmente diferente do mundo externo do dia a dia. Assim, é preciso haver vontade interior de ser para um dia receber as influências certas que lhe trarão a um segundo nascimento (como muitas tradições descrevem).

Centro magnético, essência e personalidade – Parte 4

Imagem de Jason Gillman por Pixabay

Na vida comum, o centro de gravidade está na personalidade enquanto a essência dorme. Em um momento de consciência, essa polaridade interna é invertida. Assim, a personalidade fica de lado e o centro de gravidade está na essência que desperta. Isso permite que a essência descubra que para se expressar na vida tem à sua disposição um aparato completo na medida em que a personalidade se afrouxou. Em um momento de consciência, por mais breve que seja, restabelece-se a harmonia entre a essência e as funções, entre os centros e seus conteúdos, e entre a individualidade real e sua manifestação na vida.

Da personalidade para a essência, parte 3

Imagem de Anne-marie Ridderhof por Pixabay

Assim, a tragédia comum do homem em nossa civilização é que sua personalidade tomou o lugar do Ser. A personalidade forma uma concha que isola a essência e impede que qualquer coisa chegue até a essência. É a personalidade que recebe todas as exigências, impressões e choques da vida. Assim, ela responde à sua maneira e dirige tudo de acordo com suas próprias regras. Acima de tudo, para seu próprio benefício. Responde conforme a sua estrutura e de forma reflexiva, superficial e imediata. Em suma, a personalidade reage. Ela vive e se alimenta dessas reações. Cada uma das quais reforça sua estrutura e fortalece seu condicionamento. Então, tudo isso é mantido como um “todo” por um aparelho emocional altamente sensível, a saber, seu “amor-próprio”. 

Corpo, essência e personalidade – parte 2

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No início da vida, o ser humano é corpo e essência. A personalidade ainda é potencial e sem forma. Por isso a criança se comporta como realmente é. Seus desejos, seus gostos, o que gosta e o que não gosta expressam seu ser tal como é. Além disso, a personalidade começa a crescer assim que surge a necessidade de enfrentar a vida. Sobretudo, a personalidade é formada em parte por influências externas intencionais. Disso chamamos de educação, seja essa educação formal ou informal. Outra parte se forma pela imitação involuntária de adultos pela própria criança. Ainda há outra parte formada pela “resistência” da criança ao que está ao seu redor. Acima de tudo, pelos esforços para proteger sua essência. Mesmo que para tanto tenha de disfarçar, se necessário, sobre o que sente ser seu verdadeiro eu. Sobre o que é real em si.

Essência e personalidade, você sabe diferenciar?

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Estamos divididos em duas partes. Uma parte contém o que nascemos. Assim, contém a semente das qualidades que nos pertencem por direito. Nossas capacidades, nossas incapacidades e tudo o que nos foi dado como nosso. Dessa forma, chamamos isso de nossa “essência”. Outrossim, Gurdjieff utiliza esse conceito dentro de seu significado original. A essência, quase inteiramente potencial no nascimento, desenvolve-se até certo ponto. Depois, se torna o que também chamamos de “ser” do indivíduo. Seu ser interior, o núcleo de sua “individualidade”. Portanto, é o desenvolvimento de nosso ser real que ocorre na medida que desenvolvemos. Assim, a essência corresponde em grau à nossa experiência da realidade no mundo. Por esse fato, é quase inteiramente real. Porém, devemos ater ao fato que a essência ainda contém um potencial não realizado.

O centro sexual e a função criatividade

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O centro sexual traz muito mais sutileza, acuidade e velocidade às percepções sensoriais, impressões e funções. Isso ocorre graças à boa qualidade da energia que utiliza. Também é claro que a realização sexual que conduz à reprodução da vida é a realização culminante de toda a atividade orgânica do ser humano. Mas isso não exclui a possibilidade que essa mesma energia sexual, a mais fina e mais ativa das energias disponíveis a uma pessoa, somente sirva para a reprodução da vida orgânica. Do ponto de vista do desenvolvimento superior do ser humano, a energia sexual também serve para a realização de uma ordem de vida superior. Essa energia proporciona um novo nascimento, a abertura de um outro nível de vida. E isso só pode acontecer a partir de uma energia dessa qualidade. Contudo, de tudo o que há de energia “criativa” em uma pessoa.

O centro instintivo e a função do controle da vida

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O aprofundamento do conhecimento e o domínio do centro instintivo são possíveis por meio de exercícios especiais. Alguns podem ser difíceis e perigosos. Outros métodos são mais seguros. Seguidos em certas disciplinas, podem fazer parte de um caminho de evolução. Todavia, não é necessário tal conhecimento além de um certo nível indispensável para o funcionamento harmonioso do organismo. Precisamos interferir pouco no centro instintivo para realizar o desenvolvimento das partes superiores do ser humano.

O centro motor e a função movimento

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A característica do centro motor é sua passividade. Contudo, não possui iniciativa própria. Assim, por natureza permanece inerte, porém, obedece imediatamente a tudo o que existe para chamá-lo a servir. Dessa forma, isso explica por que muitas vezes é difícil distinguir entre o que pertence ao centro motor e o que vem da parte que lhe faz uso. Especialmente nos níveis mais baixos de atividade de nossa máquina. Logo, esse centro não se apoia em nenhum centro em particular. Também como os outros centros, o centro motor tem seu próprio pensamento. Podemos chamar de inteligência do movimento. Também tem seu próprio instinto, sua própria emocionalidade e a possibilidade de uma atividade própria que é apenas realizada em circunstâncias excepcionais. Isso acontece devido à sua extrema passividade.

O Centro emocional e a função sentimento

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O centro emocional é o maior motivador de nossas ações. Basta notar o seu nível de energia ao realizar algo que goste e sinta motivado quando comparado com realizar algo que não gosta e está totalmente desmotivado. O corpo somente se mobiliza para satisfazer suas necessidades instintivas. Por outro lado, o centro mental se perde facilmente entre as infinitas possibilidades e conexões. Porém, o centro emocional é o único capaz de te conectar e desbloquear as forças necessárias para realizar superesforços. No artigo da semana passada aprofundamos sobre o centro intelectual e você pode ler aqui. Agora vamos aprofundar no estudo do centro emocional.

O centro mental e a função pensamento

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No nível inferior do centro intelectual é seguir uma rotina que constata, analisa, compara, associa e coordena por meio dos dados registrados na memória. Essa é a atividade da mente que resulta em um julgamento afirmativo ou negativo, em sim ou não. Normalmente, um ou outro predomina, e esse julgamento é a base de nossas ações. Achamos que estamos escolhendo e decidindo. No entanto, não há nada lá, exceto uma percepção mecânica baseada em dados externos presentes ou lembrados. Não existe livre escolha, não existe decisão que realmente venha de nós e seja tomada em nome de uma presença individual superior, isto é, de um eu autônomo e permanente com uma compreensão e objetivos próprios na vida. No máximo, há poucos objetivos transitórios pertencentes ao personagem do momento, condicionados pelas associações mentais disponíveis em suas memórias.

Centros, memórias e associação

emos pequenos acumuladores de energia em nosso corpo. Esses acumuladores que nos permitem realizar as tarefas cotidianas de nossa vida. Tarefas que não exigem muito além de cumprir rotinas das quais nos submetemos. No entanto, é necessário acessar fontes maiores de energia para realizar algo especial, principalmente para trabalhar em você. E isso é possível porque também possuímos um grande acumulador de energia. A energia dos pequenos acumuladores não é suficiente para realizar seu crescimento interior e os esforços necessários de quem está comprometido com o caminho da evolução. Assim, devemos aprender a conectar diretamente com o grande acumulador nos nossos centros. Nos falta energia quando falhamos em realizar tal conexão. Por isso caímos em sono antes de produzir algum resultado duradouro.

Redescobrindo o Amor no Trabalho.

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Através da nossa capacidade amorosa de conciliar os opostos, podemos olhar com uma compaixão do tamanho do mundo por nós mesmo, olhar para cada dor com a coragem de uma Palas Athena e ousadia de um Ares, olhar de verdade, sem desviar desse abismo interior, sem fingir que não conhece o ‘terror da situação’ como diz o querido mestre G., olhar para nosso sofrimento diário talvez de séculos de prisão da alma e a consideração interna se torna plácida como um lago, calmo, escuro, profundo, sereno, limpo.

Centros, acumuladores e energia

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A energia primordial chega até nós pela ingestão de nossos alimentos. Então é separada para o propósito de assimilação em seus constituintes básicos. De outra forma, recebemos os elementos ativos, passivos e neutros. Essas energias são então distribuídas entre os três níveis: o orgânico, emocional superior e intelectual superior.

Porém, a grande maioria da humanidade vive quase exclusivamente no nível orgânico. Isso ocorre pela falta de interconexão entre os centros e pela ausência de conexão entre o nível orgânico e os níveis superiores. Portanto, somente um pequeno reflexo de sua verdadeira vida emocional e intelectual lhe é disponível.

Apenas sua parte orgânica, ou seja, seu corpo planetário (com seus níveis físico, emocional e mental) é capaz de receber a parcela da energia vital a que tem direito.

Os centros e suas funções

É mais difícil notar de onde saiu o pensamento, a emoção ou a ação instintiva. Assim como é difícil separar completamente uma função da outra. Mas isso não é o mais relevante inicialmente. O que mais interessa é capturar essas associações. Tais associações de pensamento-emoção-reação instinto revelam a nossa mecanicidade e a incapacidade de ser livre para agir. Ao mesmo tempo, são esses choques de realidade que nos impulsionam para a evolução. Afinal, a nossa verdade interior é revelada. Sem ilusões e fantasias.

Consciência Objetiva e autoconsciência – o objetivo da consciência

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Autoconsciência não pode ser entendida como um simples conhecer a si. Na verdade, é sobre conhecer a si como você realmente é. Afinal, o conhecer a si vem antes de transformar a si. Logo, conhecer a si é saber o quanto e quando está preso em ilusões, sonhos, fantasias, melodramas, histórias repetitivas de um passado ou de imaginações. Também é entender quando não está nesse estado e sim diante de sua realidade verdadeira.

Vigiai e orai, ou morra como um cão – O estado de Vigília

Não lembramos o que somos. Estamos sempre a esquecer. O passado tem mais importância que o presente. A ausência de lembrança de si, identificação total com o que acontece exteriormente, oposição às pessoas e circunstâncias, imaginação falaciosa e fantástica sobre si são os alimentos a uma colossal vaidade.

Sono e sonhos, o que isso revela sobre você?

sono

Gurdjieff dizia que uma pessoa que realizou o seu trabalho de forma consciente irá receber o sono dos justos como pagamento. Cabe notar que o mesmo é dito popularmente: “durma com a sua consciência”, ou, “quero ver quando você botar a sua cabeça no travesseiro”. Afinal, por que tantas coisas emergem no momento em que vamos dormir? O centro que represa o conteúdo desconectou. Com isso conteúdos reprimidos podem agora emergir.

Condições e significados para a verdadeira auto-observação

Entretanto, é a observação das nossas emoções que nos obriga a ver quais são os valores que temos defendido. Em outras palavras, é a observação das emoções que lhe mostra a quem você tem servido toda a sua vida. Mais uma vez, podemos com algum esforço alterar nossa postura física. Logo, uma nova postura física se torna o padrão mecânico. O corpo tem essa capacidade de moldar-se. Podemos alterar um pensamento negativo em positivo e vice-versa. No entanto, as emoções sempre estarão lá. A transformação do centro emocional é a mais longa e complexa de todas.

Conhecer a estrutura do ser humano é fundamental para o Trabalho

Apesar de soar complexo, devemos acreditar que já temos em nós todas as faculdades e pré programações que nos permitem realizar essa tarefa. A capacidade de aprender sobre si é tão orgânica e instintiva quanto respirar. Isso não significa que é fácil. Sim, exige sacrifícios, dedicação, tempo e esforço. Porém, é inata, possível a qualquer um que dela queira fazer uso.

Quanto mais conseguimos observar toda essa teoria acontecendo em nós mesmos, mais se adquire uma verdadeira compreensão.

Conheça as duas naturezas do ser

Qual a sua natureza?

Possuímos duas naturezas.  Isso é uma verdade que pode ser facilmente observada. Além que não exige muito esforço e nem entendimento para poder enxergar essa realidade. A primeira natureza é pessoal, uma natureza individual. Podemos acessar essa natureza individual por nossos órgãos de percepção. Ao mesmo tempo, é uma realidade orgânica e psíquica. A segunda … Ler mais

O lado negativo do Trabalho não deve anular o seu lado positivo

Quando nos propomos a trabalhar o nosso ser, estamos fazendo um compromisso em se submeter a sofrimentos desnecessários à vida. Temos que aprender a enxergar nossas sombras. Toda a incoerência que habita a nossa alma. Vemos que não somos tão bonzinhos e também nem tão malvados como gostaríamos de ser.  Vamos ver que nadamos em … Ler mais

Associações e pensamentos, você vive a vida ou ela que vive você

Outra grande dificuldade que temos é enxergar que esse “eu que reage” não é o mesmo que reagiu a um dia atrás. Talvez nem mesmo o que reagiu a 30 minutos atrás. Isso torna a auto-observação ainda mais difícil. Afinal, o fenômeno da constante troca de “eus”, que assume o posto de “rei do comando”, cria uma falsa impressão de que somos livres em tomar as nossas decisões. Há uma falsa imagem de que podemos fazer, escolher como e quando reagir a uma determinada condição. No entanto, a observação de quando reagimos de forma diferente precisa estar totalmente ancorada com o momento interior. Caso contrário, não se nota que a reação diferente foi mero acaso das trocas de “eus” que assumem o comando.

As cinco obrigações espirituais e os cinco obstáculos

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Podemos ver que cada esforço funciona como um antídoto aos obstáculos de Buda. É como se Gurdjieff tivesse feito a sua própria fórmula de condução para enfrentar diariamente os obstáculos mentais que carregamos. Porém, Gurdjieff os expõe como obrigações a serem observadas

Os cinco obstáculos e os cinco esforços espirituais – parte 1

É sabido que o Sr. Gurdjieff esteve por um grande pedaço do oriente, incluindo Tibet. Sua obra recebe influências dos clássicos gregos, psicologia moderna ocidental, sufismo e também do budismo. Buda é um dos mestres citados nos livros de Gurdjieff. O que demonstra que ele possuía contato com essa filosofia, tendo incorporado partes da mesma … Ler mais

Me diga, onde você foi fazer sua morada?

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Daí você começa a estudar, a ler e a praticar. No entanto, você nota “quem está lendo, estudando e praticando”? Consegue perceber que toda sua prática acaba sendo direcionada para a mesma fonte causadora de seus problemas? Talvez porque você não notou ainda onde está construindo sua morada. É por isso que Jesus diz a máxima: não se coloca vinho novo em odres velhos. 

Quem está no controle desse jogo?

nature art summer winter

Mas se não estamos no Trabalho, não aprendemos pela própria experiência. Isso acontece porque uma grande parte de nós não quer mudar, não quer ser responsável e não quer tocar o vazio de sua própria existência. Não quer se esforçar, prefere acreditar na sua capacidade de “fazer” e até acredita que já faz. Vivemos imersos em ilusões, sonhos e imaginação.

O valor de tua cabeça? Eu avalio o preço me baseando no nível mental que você anda por aí usando

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Me fizeram a seguinte pergunta no grupo de estudos: Ouspensky ao explicar a materialidade do conhecimento diz que o conhecimento é limitado, pelo menos o esotérico. Não entendo o porquê o conhecimento esotérico ser limitado materialmente.

Atenção, consciência e vontade.

empty highway overlooking mountain under dark skies

A atenção é como uma tomada ligada a uma estação de energia. O que ganha sua atenção ganha também sua energia. Uma tarefa, atividade, obrigação, trabalho ganha energia se possui sua atenção.  Algumas atividades podem ser feitas sem muita atenção ou até compartilhando a atenção. Isso porque nosso centro motor consegue atuar com energia própria … Ler mais

Para onde vai tua energia? Siga sua atenção!

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Não acredite em métodos milagrosos de “enriquecimento”. Normalmente tais métodos irão lhe prejudicar cedo ou tarde. Pessoas que enriquecem muito rapidamente sem entender o que está acontecendo acabam por perder tudo que ganharam. O mesmo acontece com o processo de transformação psíquica.

Comece pequeno e pense grande

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Opere sua vida a favor do seu momento cíclico atual. Não há necessidade de criar sofrimento desnecessário aos já impostos por seu atual momento de vida. A vida é uma marcha com muitos desvios. Para tanto precisamos manter a constância da marcha rumo a um objetivo, com um plano, um crescimento proporcional às nossas capacidades. Comece pequeno e pense a longo prazo. Mantenha-se sempre engajado na causa do seu desenvolvimento interior. Ninguém mais pode fazer isso por você.

Os vícios da vida – Você os percebe?

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A duas semanas atrás eu propus um exercício de agradecer tudo que lhe acontece na vida, independente de ser percebido como algo bom ou ruim. Muitas pessoas comentaram ser fácil fazer esse exercício quando percebe uma benção. No entanto, agradecer por algo percebido como ruim já é mais difícil. Sim, é verdade que somos acostumados a valorizar tudo que percebemos positivamente como benção. Dessa forma, ficamos felizes e sentimos “especiais” por algo positivo ter acontecido. Muitas vezes até acreditamos que fomos nós que geramos a capacidade de tal fato ter acontecido. Nesse caso, passamos a agradecer a nós mesmos. 

Obrigado, obrigado, obrigado…

colorful abstract painting

Como um bom mineiro que sou, vou começar esse artigo com um “causo”. Uns quinze anos atrás estive na Inglaterra com minha esposa visitando minha cunhada. Fomos a um restaurante indiano (o que tem de monte por lá). Era um restaurante pequeno, bem família. Então chega o atendente que era um dos donos e depois … Ler mais

Helenismo – as raízes de Gurdjieff e do nosso mundo Cristão

earth wallpaper

Vamos continuar a nossa busca em entender o misterioso mestre Gurdjieff e as influências filosóficas que mais lhe afetaram. Assim como todo ser humano, Gurdjieff recebeu influências culturais e familiares. Logo, conhecer a região em que cresceu pode trazer alguma luz a essa busca. Gurdjieff nasceu na Geórgia. Um pequeno país incrustado entre  mundos complexos … Ler mais

Não seja cínico Gurdjieff!

Gurdjieff o Cínico

Mestre Gurdjieff se denominava como um cínico. Todavia, esse termo refere-se ao cinismo. Ou seja, um movimento filosófico que tem suas raízes em Sócrates. Mas qual a importância de se saber isso? Um sistema filosófico funciona como uma referência, um cabo guia, que nos ajuda a interpretar, refletir e representar o mundo. O objetivo da … Ler mais

Filosofia, eu quero uma pra viver!

Filosofia

Qual a filosofia mais influenciou o Senhor Gurdjieff? O estudo do Quarto Caminho pelos ensinamentos de Gurdjieff peca pela falta de uma revisão bibliográfica. Sempre senti falta de entender quais eram os sistemas filosóficos e espirituais que guiaram o senhor Gurdjieff. Há algumas citações a um esoterismo cristão. Também são ditas influências budistas que provavelmente … Ler mais

Autoimagem e atenção: os problemas da auto-observação

modern building exterior with geometric walls

A auto-observação começa pelo esforço de lutar contra a total identificação da atenção aos hábitos que nos fazem parecer o que imaginamos ser. Inicialmente é uma luta inglória, pois é inútil tentar alterar qualquer coisa no atual momento. Por muito tempo não seremos capazes de mudar o que somos. E observar os mesmos comportamentos compulsivos demanda energia. É tedioso e cansativo. A atenção se esvai, é roubada pelos objetos, devaneios da mente, pela fuga do tédio. Por isso, devemos nos esforçar em criar uma segunda atenção. Essa é a atenção livre que não participa ativamente além do fato de registrar o que somos, como agimos, como nos sentimos, como colocamos nossos corpos, em quais posições, qual o nosso tom de voz, e por aí vai.

Dodecafonismo na música: É muita nota (areia) pro meu caminhão

chords sheet on piano tiles

Outro exercício interessante é a observação e anotação de aparecimento de imagens, sensações e lembranças ao ser exposto a um material musical. Faço isso com meus clientes, de idades variadas, quando os exponho a escalas variadas, sendo aula ou terapia mudando apenas a abordagem, percebendo que, por exemplo, ao expor clientes diferentes de idades diferentes e situações de personalidade muito diferentes, há reações parecidas quando expostos as escalas pentatônicos de sabor chinês. Por que ao retirar a tensão, para nós do 4C trata-se da retirada dos choques, por que dá a sensação de calma, relaxamento profundo, sono. Então, se expor diretamente ao ouvir a escala de doze sons, que chamamos de cromática, é um exercício

Self, a tri harmonia divina de nosso Ser

Transformação da energia

Esse artigo fala sobre o Self, ou o desenvolvimento da verdadeira psicologia humana. É o sétimo artigo da série sobre consciência que você pode ver aqui. Muitas tradições referem ao ser humano como um ser ternário. Sendo assim, somos compostos de corpo, alma e espírito. Todo o ensinamento de Gurdjieff coloca ênfase sobre o desenvolvimento … Ler mais

Energia, a matéria que constrói tua consciência

ball shaped circle close up dark

Para Bennett, a noção de níveis de realidade é de importância decisiva para educar nossa psicologia. Ele se baseia em muitas evidências para defender uma “estratificação da existência” geral. Existência essa que parte do menor grau de organização possível à total complexidade organizada do universo. Assim, Bennett associa doze níveis distintos de realidade. Cada um dos quais está associado a uma camada específica do ser. Logo, sugere-se que cada modo de ser corresponde a um tipo de experiência possível. Desta forma, cada um desses níveis pode ser tratado como uma “energia” característica.

Como associar Consciência, Eneagrama e a espiral dinâmica?

Níveis de consciência pelo eneagrama

Ao fundir a espiral dinâmica com o Eneagrama observamos uma prevalência dos valores tanto das virtudes quanto dos traços de personalidade. No entanto, o que gosto dessa análise é também perceber que nenhuma pessoa possui somente um traço dessa paleta de cores. Ao contrário, existem vários contrastes e tonalidades em nossos diversos “eus”. Entretanto, pode-se perceber que uma parte de nós sente uma afinação maior com certos níveis. Como uma ressonância para com certos valores/pensamentos.

Personalidade e níveis de consciência, uma espiral dinâmica

red smoke illustration

Graves coloca que nosso estágio de consciência é fruto da interação de duas forças. A primeira força pelas condições de vida. A segunda força vem do próprio sistema cognitivo humano, nossa mente e capacidade cerebral. Da mesma maneira podemos dizer que o estágio de consciência é uma terceira força reconciliadora entre as demais duas forças presentes em nossa realidade. Ao mesmo tempo, cada estágio de consciência está associado a uma visão de mundo e a um sistema de valores.

Quando o aluno está pronto o mestre desaparece

Analogamente, não há como um grupo de leigos tornarem-se doutores. No entanto, um doutor pode ensinar um grupo de leigos. Assim, desse grupo podem nascer novos doutores. Alguns podem vir até a superar seus mestres. Ou seja, desenvolver seu espírito não é diferente de um sistema de aprendizagem utilizado para tornar-se um profissional. Entretanto, o “si mesmo” torna-se matéria do trabalho. Nada é impossível. Contudo, requer sacrifícios sem contrapartidas

Reinos e níveis de consciência

orange and brown cave

São várias as referências, em diversas tradições, sobre a necessidade de morrer em vida para um novo renascimento. Faço as referências à tradição cristã por me ser mais conhecida. Todavia, a essência de existir um reino onde habita os mortos, um reino da vida onde habita os prazeres e um reino do espírito onde habita a sabedoria é algo comum de ser encontrado no budismo, judaísmo e islamismo. Da mesma maneira, encontramos esses ensinamentos na tradição hermética, alquímica e xamânica. Em suma, todas as grandes influências esotéricas de nossa cultura ocidental.

Tipo do Eneagrama: você sabe qual é o mais evoluído?

stylish yellow stairway in creative building

Muitas pessoas quando entram em contato com o Eneagrama da personalidade se perguntam qual é o melhor tipo. Perguntam se um determinado tipo de personalidade é mais humano ou mais sábio, ou seja, mais virtuoso. No entanto, devemos entender que existem níveis de consciência além dos tipos de personalidade.

Fé, esperança e amor: o triângulo necessário.

landscape photography of snow capped mountain

Poder trabalhar em si é o que permite o amor incondicional crescer. Trabalhar em si faz com que a esperança seja mantida. Dessa forma, experiência e conhecimento vão sendo sedimentados para que ocorra o entendimento. Isso pode vir como algo extraordinário ou como um despertar comum em que simplesmente acordamos com um entendimento diferente sobre a realidade que nos cerca.

Vida após a morte: você sabe quais as possibilidades?

aurora borealis

Existem vários conceitos complexos para explicar a mente científica e dar conforto ao nosso ego sobre o fenômeno da vida após a morte. Esses artifícios são importantes, pois, funcionam como estruturas para nossas experiências. São como mapas que nos ajudam a entender o que está acontecendo. Gurdjieff por um tempo utilizou de diversas explicações complexas como escalas de hidrogênio e alimentos. Porém, uma das grandes contribuições de Gurdjieff é explicar que essas histórias são impressões que devem ser digeridas. Como todo alimento, devemos absorver todos os nutrientes dessas histórias e usá-las para atualizar a nossa alma. Esse é o caminho do crescimento espiritual. Temos uma tarefa a fazer.

Ano novo feliz, mas, isso se aplica a você?

photo of fireworks

A virada do ano, como ritual de passagem, vai além de marcar o tempo.Quando declaramos que aquele ano ou período acabou estamos deixando algo para trás. Não importa se este algo é bom ou ruim, mas, o que aconteceu ficou, acabou. Isso abre o espaço para que algo novo aconteça. De uma certa forma, temos em nós uma parte do ego que gosta de metas, de objetivos. Somos descendentes de seres que aprenderam a observar os ciclos da natureza para poder sobreviver. Assim, aprenderam a hora de plantar, de colher, de caçar determinado animal, de migrar para regiões mais quentes ou abundantes. Dessa forma, também aprendemos a fazer determinadas tarefas e a concluí-las. Então, o ser humano é um animal que gosta do hábito de ter uma meta com um começo e um fim. Também de outra maneira, nascemos dentro de um “prazo” de nove meses e temos nossos ciclos de crescimento e desenvolvimento.

Só Jesus salva!

Não existem incompatibilidades entre a religião e o Quarto Caminho. A religião é entendida como parte de um processo. Os exercícios psicológicos que entramos em contato com o Quarto Caminho não estão em conflito com os sistemas religiosos. Na verdade, aprofundamos nosso conhecimento e entendimento dos processos religiosos com tais práticas. Desta maneira é possível aproveitar com maior qualidade todas as experiências religiosas.

Somos o que merecemos ser ou somos o que podemos ser?

silhouette photo of person standing in neon lit hallway

Só há uma grande coerência entre todos os seres humanos:
● todos acreditam que são seres racionais,
● possuem livre arbítrio
● e que podem fazer.

No entanto, crescer é questionar com honestidade essas ideias. Porém, esteja preparado para sofrer ao despir de suas ilusões. Veja o que acontece em você chamar essas crenças de ilusões. Nota que isso lhe ofende? Você aceita suas ilusões sem se identificar com elas? Você se aceita de maneira a reconhecer o nível do seu Ser, o seu estado interior? Você já aprendeu a se reconhecer e simplesmente te aceitar neste momento, pois, esta é a sua melhor versão para o momento. É “o que temos para hoje”, entende isso?

O nível do Ser – Comentários Maurice Nicoll

split level photography of man underwater

A postagem desta semana é uma tradução do Comentários sobre as obras de Gurdjieff e Ouspensky de Maurice Nicoll, volume 3, número 17, 9 de fevereiro de 1946. Resolvi fazer a tradução e publicação deste comentário por achar que é um excelente texto explicativo sobre temas como nível do Ser, “fazer” e “não fazer”. Nicoll esclarece muitos pontos através de uma sequência didática de perguntas e respostas.

Sacrifício, o preço que se paga

Laurent de La Hire Pintor barroco francês (1606-1656)

Tudo tem um preço na vida. Não há almoço grátis. Tudo que existe está servindo a algum propósito maior ou menor. Por isso, evoluir exige um pagamento também. E este pagamento se faz com sacrifício. Este é um consenso bastante antigo e presente em praticamente todas as religiões. A questão é: sacrificar quem, ou melhor, … Ler mais

Centros e o trabalho harmônico do homem

white concrete spiral staircase

Uma das particularidades de Gurdjieff é considerar que o ser humano não tem um cérebro e sim três. Além disso que temos vários outros centros que executam funções praticamente de forma autônoma e sem uma adequada relação harmônica entre eles. Para Gurdjieff somos mais do que máquinas. Somos máquinas desreguladas, desajustadas, onde um centro rouba a energia do outro e está por executar tarefas de outro centro sem a devida autoridade ou correta capacidade de atuar assim. É como se o secretário de um presidente decidisse em nome do presidente.

Consideração interior e consideração exterior

woman and man sitting on brown wooden bench

Gurdjieff foi famoso por criar e reinventar vários termos para explicar o trabalho sobre si. Ele dizia que tomamos tudo de uma forma tão automática que não mais avaliamos adequadamente as palavras antes de usá-las. Várias são as palavras, frases e termos criados ou usados de forma específica por ele. Entre essas está o entendimento de consideração interior e consideração exterior.

O companheirismo em um grupo de trabalho interior

wood love people woman

A relação entre as pessoas em um grupo de trabalho não deve ser a mesma de outros grupos sociais. Isso porque os outros se tornam nossos espelhos, aprendizes e mestres. Como espelhos os outros nos mostram nossas boas e más qualidades. Os outros, quando se colocam como aprendizes, torna você mestre que lhes ensina algo. Dessa forma, quando os outros são nossos mestres, você se torna o aquele que deve aprender algo. O grupo tem esse grande objetivo de permitir essa imensa troca. No entanto, se faz necessário entender a transição entre a primeira linha de trabalho (trabalho sobre si) e a segunda linha de tralho (trabalho com os outros).

Kundabuffer, Kundalini e ilusão.

sky space dark galaxy

No entanto, o Criador também fez um homem de barro, que vive e sofre em um mundo orgânico e animal. Um homem ( entenda homem aqui como mulher também) que morre e vê seus entes queridos morrerem. Este ser, como vida orgânica, só tem uma função: transformar a energia da Terra para a Lua e sua filha. Sim, a Lua tem uma filha. Ser um elo de ligação energética no confins do universo criado para cumprir uma função cósmica. Somos o choque na oitava que faz o elo entre o Criador, o Sol e a filha da Lua (Anulios).

O ‘Corpo’ e o Quarto Caminho de Gurdjieff

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O Caminho do corpo se constrói a partir paradoxalmente de nossa capacidade de entrega a algo que não governamos. Também do reconhecimento da importância desta entrega, e de que o movimento individual de busca por Consciência interfere na evolução de cada um de nós.

Alimento: Você tem fome de quê?

Uma das idéias mais importantes do Trabalho é em relação aos alimentos e a digestão. Um alimento ingerido é então digerido e absorvido pelo organismo. Desta maneira, transforma e absorve uma matéria exterior, que se apresenta em uma escala inferior, em algo útil para a construção e manutenção do nosso corpo.

Trasnformaçāo, tempo e movimento

Somos uma máquina de Transformação de energia. Nosso corpo necessita de receber alimentos para sustentar-se, manter-se. Para Gurdjieff isto chama lei da manutenção. Se paramos de dar manutenção contínua logo a nossa máquina degrada. É igual a um piano ou um violão que com o uso torna-se desgastado e desafinado. As cordas podem estar corroídas e até rompidas. Assim, com o passar do tempo não é mais possível realizar um som harmonioso nesta máquina.

Sentimento, sensação, música

Ao observar a si, sem o compromisso de levar essas observações para ninguém, algo muito íntimo, se você pudesse perceber como funciona sua música interna sem censuras, sem medo de reprimendas e humilhações, você conseguiria observar, quais as tendências, qual direção a sua energia psíquica toma? Aqui falamos de energia psíquica de Jung. Esta é … Ler mais

Música, choque e transformação

É uma experiência bonita, com música, com presença, com trabalho interno. Olhando do ponto de vista racional, o que é uma pessoa triste, se não é uma pessoa cansada? Sendo a essência a fonte de toda energia, lembrando também de Freud, que falava da força amorosa que move o mundo, a energia psíquica libido, a alegria pode ser sustentada pela resiliência, a capacidade de suportar situações difíceis por alguns momentos. Sem fugir da situação, às vezes presença é não escapar da tristeza e sim vibrar, vibrar, até que a essência se mostre.

Música e vontade de transcender.

Imagine que você está caminhando e um amigo seu te vê, distante ainda, mas você não o vê; então ele grita o seu nome alto ‘fulano!’ e você sente sabor de menta na boca. Achou loucura? Pois existe pessoas que tem a capacidade de perceber o gosto do som, a cor do gosto de maçã, … Ler mais

Lei de Sete, a lei da transformação – parte 2

Eneagrama, sistemas de sistemas

Vontade, emoção e intelecto na Lei de Sete. Vamos continuar a investigar  como funciona a Lei de Sete no Eneagrama, e, para isso, vamos estudar  alguns processos. Se você não viu a primeira parte veja aqui. Para tanto, vamos definir processo  ” um processo é uma relação de transformação envolvendo três partes”. Por exemplo, eu … Ler mais

Lei de Sete, a lei da transformação – parte 1

Lei de Sete

Brinquei na na minha página no Instagram sobre o que as pessoas gostariam que eu falasse na próxima postagem do blog. As opções foram: Lei de Sete, sacrifício, observação e como fazer um bolo com o Eneagrama. Quer saber qual que ganhou? Foram todas. Pois resolvi dizer como a Lei de Sete acontece no dia … Ler mais

Quarto Caminho pelo mundo, entrevista M. Gururaj

landscape nature sky person

A postagem desta semana traz uma entrevista com um novo colaborador do site, meu amigo de caminhada de autodescobrimento M.Gururaj. Já o conheço alguns anos por meio de um grupo de estudos do Quarto Caminho, bastante heterogêneo, com a participação de pessoas de todos os continentes deste mundo. Fiz o convite para ele compartilhar sua … Ler mais

Sou Mestre, ME SIGA! Esta armadilha pode detonar sua alma.

Gurus

O papel de um mestre consciente é ser sim um líder espiritual, ensinando pouco a pouco os seus discípulos a também tornarem-se mestres. Afinal, quando ingressamos em uma jornada de crescimento pessoal pouco conhecemos. Somos como crianças neste novo mundo de fantasia, magia, ilusão e mistério. Logo, o mestre faz as vezes da voz interior do discípulo que não possui ainda confiança ou mesmo completa ausência de um mestre interior pessoal para lhe guiar. Assim, o grande objetivo de qualquer guru é, aos poucos, empoderar e elevar os que o seguem.

Luz e sombra: cuidado com o Eneagrama!

No aspecto do Eneagrama da personalidade, é comum ver pessoas discutindo lados positivos e negativos, gostos e desgostos, luz e sombras dos tipos. Quanto mais estudo sobre o tema, mais vejo que as funções opostas dentro do Eneagrama não são uma função pertinente ao tipo. É certo então ensinar que existe luz e sombra dentro do Eneagrama?

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