Em 2023, astrônomos da Universidade de Chicago e da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign fizeram uma descoberta surpreendente: no início do universo, o tempo parecia se desenrolar mais lentamente do que hoje. Eles chegaram a essa conclusão ao estudar a luz de quasares, objetos astronômicos extremamente luminosos no centro de galáxias distantes. Curiosamente, a cosmologia de Gurdjieff já propunha que o tempo acelera à medida que nos afastamos pelo Raio da Criação. Este paralelo revela como observações subjetivas baseadas em antigas tradições espirituais podem encontrar eco nas modernas descobertas científicas.
O tempo passa mais lentamente no início do universo
Compreender o que é o tempo nunca foi fácil. Observações científicas modernas mostram que o tempo no início do universo passava mais lentamente do que passa hoje. Isso é devido à expansão acelerada do universo, causada pela energia escura. A energia escura é uma força misteriosa que faz com que o universo se expanda cada vez mais rápido. Quanto mais o universo se expande, mais lento o tempo passa.
Esse fenômeno é conhecido como dilatação do tempo. A dilatação do tempo é um efeito da relatividade geral, que é a teoria da gravidade de Albert Einstein. A relatividade geral prevê que o tempo passa de forma diferente para observadores que estão em movimento relativo ou que estão em campos gravitacionais diferentes.
Muitos contextos diferentes já evidenciaram a dilatação do tempo, entre eles relógios atômicos, explosões de supernovas e o movimento dos planetas ao redor do sol. A revista Nature publicou, em 2023, o estudo mais recente sobre a dilatação do tempo no início do universo. Uma equipe de astrônomos da Universidade de Chicago e da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign conduziu a pesquisa.
Os astrônomos estudaram a luz de quasares, que são os objetos mais brilhantes do universo. Os quasares são formados por buracos negros supermassivos no centro de galáxias distantes. A luz dos quasares leva bilhões de anos para chegar à Terra. Os astrônomos descobriram que a luz dos quasares mais distantes é mais vermelha do que a luz dos quasares mais próximos. Isso é uma indicação de que o universo estava se expandindo mais rapidamente no passado.
A expansão acelerada do universo faz com que o tempo passe mais lentamente no início do universo. Isso é porque a energia escura está empurrando o espaço-tempo para longe de si mesma. Quanto mais o espaço-tempo é empurrado, mais lentamente o tempo passa.
Uma cosmologia singular
Gurdjieff, um místico e ocultista do início do século XX, concebeu uma cosmologia singular fundamentada em leis universais que dirigem todos os fenômenos. Em sua perspectiva, o universo contém uma série de ‘mundos’ ou níveis de realidade, cada um expressando diferentes escalas de vibração ou densidade energética. Gurdjieff argumenta que o ‘mundo’ percebido pelos sentidos humanos comuns é apenas um dentre muitos, e se distingue por uma densidade energética específica. Existem ‘mundos’ de densidade mais sutil, aos quais se pode acessar somente através do aprimoramento da consciência humana.
Gurdjieff argumentou que um indivíduo pode aprimorar a consciência humana para perceber e interagir com esses níveis mais sutis da realidade. No entanto, essa evolução requer um esforço consciente e intencional por parte do próprio indivíduo. Isso implica que, quanto mais consciente e atento um ser se torna, mais capaz ele é de perceber e interagir com esses níveis mais sutis da realidade. No que diz respeito ao tempo, Gurdjieff falou de um ‘tempo subjetivo’ que varia de acordo com o estado de consciência de um indivíduo.
O tempo não é igual para todos
Embora a pesquisa astronômica e a filosofia de Gurdjieff se originem de diferentes tradições – uma da ciência empírica e a outra do misticismo e da espiritualidade – ambas chegam a conclusões surpreendentemente similares a respeito da natureza variável do tempo.
A descoberta dos astrônomos da Universidade de Chicago e da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign sobre o ritmo de expansão variável do universo indica que o tempo não é uma constante. Porém, um parâmetro que pode mudar dependendo das condições do universo.
Gurdjieff, também propôs uma visão do universo na qual o tempo é variável a depender do nível de desenvolvimento do ser. Em seu modelo, quando um ser está sujeito a muitas “leis” – ou seja, forças externas e limitações – o tempo parece passar mais rapidamente. À medida que o ser se desenvolve e se torna sujeito a menos “leis”, este ganha maior controle sobre sua atenção e percepção. Assim, o tempo pode parecer passar mais lentamente. Em outras palavras, quanto mais na borda do Raio da Criação mais rápido passa o tempo.
Apesar das diferenças na abordagem, ambos sugerem que a experiência do tempo é relativa, não uma constante fixa. No caso dos astrônomos, o tempo é relativo às condições do universo. No caso de Gurdjieff, o tempo é relativo ao nível de desenvolvimento e consciência do indivíduo. Afinal, as mesmas leis que governam o mundo exterior também governam o mundo interior do ser.
Dessa forma, podemos ver um paralelo entre a descoberta científica e a intuição de Gurdjieff. Ambas indicam que a experiência do tempo não é fixa e absoluta. Contudo, é maleável e dependente das condições que a circundam. Sejam estas condições o estado do universo ou o estado de desenvolvimento de um indivíduo. Esta percepção compartilhada abre espaço para uma maior integração entre a ciência e a espiritualidade, na medida em que ambas exploram a complexidade e a profundidade da experiência humana.
A cosmologia de gurdjieff
A filosofia de Gurdjieff, conhecida como “Quarto Caminho”, enfatiza um sistema cosmológico complexo. Na visão de Gurdjieff, o universo está estruturado segundo o que ele chama de “sevenfold” ou “Lei de Sete“, e “Lei do Triamásikamno” ou “Lei de Três”. A “Lei de Sete” se refere ao fato de que todos os fenômenos, sem exceção, são compostos de sete categorias ou níveis de manifestação, enquanto a “Lei do Triamásikamno” se refere aos três princípios fundamentais que atuam em cada fenômeno: afirmação, negação e reconciliação.
Gurdjieff dividia o universo em múltiplos níveis ou “mundos”, cada um representando uma escala de vibração ou densidade energética. Isso incluía uma gama vasta de manifestações, desde a matéria mais densa até as formas de energia mais sutis.
Gurdjieff ressaltou que um indivíduo pode aprimorar sua consciência para perceber e interagir com diferentes níveis de realidade, um processo que requer um esforço consciente e intencional. Segundo ele, o ‘mundo’ que nossos sentidos humanos comuns percebem é apenas um dentre muitos e se caracteriza por uma densidade energética específica. Há ‘mundos’ de densidade mais sutis, acessíveis apenas através do desenvolvimento da consciência humana.
Gurdjieff propôs que a consciência humana poderia ser desenvolvida para perceber e interagir com esses níveis mais sutis da realidade. Porém, isso exige um esforço consciente e intencional por parte do ser. Isso implica que, quanto mais consciente e atento um ser se torna, mais capaz ele é de perceber e interagir com esses níveis mais sutis da realidade.
Assim, no que diz respeito ao tempo, Gurdjieff falou de um ‘tempo subjetivo’ do ser que varia de acordo com o estado de consciência de um indivíduo.
“Gurdjieff disse que a percepção do tempo é diferente de acordo com o nível do Ser. Ele disse que estar sujeito a mais leis faz com que o tempo passe mais rápido que estar sujeito a menos leis. Assim, ele teria dito que quando nos desenvolvemos, o tempo está em uma escala mais lenta. O tempo subjetivo é uma função do número de leis às quais um ser é sujeito. Quanto mais leis um ser é sujeito, mais rápido o tempo passa para ele. Quanto menos leis um ser é sujeito, mais lento o tempo passa para ele.”
Dessa forma, quanto mais conscientes e evoluídos nos tornamos, menos leis estamos sujeitos. Isso faz com que o tempo passe mais lentamente para nós. De outra maneira, isso pode ser visto como uma manifestação da liberdade. Quanto mais livres nos tornamos, mais lentamente o tempo passa.
O tempo e o presente
Compreender a visão de Gurdjieff pode, de fato, oferecer uma lente filosófica e espiritual para interpretar as descobertas científicas recentes. O cerne da cosmologia de Gurdjieff é a ideia de que o universo está sujeito a um conjunto de “leis” universais que estruturam a realidade em diferentes níveis de existência. Estando cada um com sua própria densidade de energia e “tempo”. Se levarmos a descoberta dos astrônomos de que o tempo passava mais lentamente no início do universo, poderíamos fazer uma analogia com o modelo de Gurdjieff.
Seguindo sua teoria, talvez possamos dizer que o início do universo, um estado de densidade energética extremamente alta, seria comparável a um nível de existência do ser a um número reduzido de “leis”, onde o tempo passa mais devagar. À medida que o universo se expande e sua densidade energética diminui, equivalentemente, aumenta o número de “leis” às quais está sujeito.
Nesse sentido, o tempo parece acelerar, de acordo com a percepção de um observador nesse universo em expansão. Essa aceleração na passagem do tempo é justamente o que os astrônomos estão observando ao estudar a luz de quasares distantes. Embora a cosmologia de Gurdjieff seja baseada em insights espirituais e intuitivos, e não em observações empíricas, essa interpretação oferece um interessante paralelo entre a visão mística de Gurdjieff e a pesquisa astronômica moderna.
De forma notável, essa interpretação sugere uma perspectiva unificada de que a passagem do tempo é uma experiência relativa que depende tanto das condições do universo quanto do estado de desenvolvimento de um indivíduo. A cosmologia de Gurdjieff é uma visão única e valiosa sobre a natureza do tempo e do universo. Ela oferece uma perspectiva mais ampla e inclusiva da realidade, e ela nos convida a pensar sobre o tempo de uma maneira nova e diferente.
Compreender o tempo pode ser uma chave para a liberdade
A cosmologia de Gurdjieff tem o potencial de nos ajudar a entender melhor nossa própria existência e nosso lugar no universo. Ela nos mostra que o tempo não é uma constante, mas sim uma variável que pode mudar ao longo do próprio tempo. Isso significa que nossa percepção do tempo é também uma construção, e que podemos mudá-la através de nossa própria consciência.
Desta forma, é uma visão desafiadora e profunda, mas também é uma visão que ajuda a viver uma vida mais plena e significativa. Ela nos convida a pensar sobre o tempo de uma maneira nova e diferente, e ela nos oferece uma perspectiva mais ampla e inclusiva da realidade.
Ciência ou espiritualidade?
O grande objetivo de um modelo cosmológico é oferece uma perspectiva mais ampla e inclusiva da realidade. Dessa forma, abre a possibilidade de viver uma vida mais plena e significativa. Isso nos lembra da importância do momento presente, principalmente em um universo onde o tempo é uma variável.
A teoria de Gurdjieff é, sem dúvida, desafiadora, porém profundamente inspiradora. Ela proporciona um rico entendimento sobre nossa existência, e tem o potencial de transformar a maneira como vivemos nossas vidas. Contudo, além da cosmologia de Gurdjieff, existem muitas outras filosofias e cosmologias que preconizam que o tempo é diferente a depender do nível em que se vive. Algumas dessas filosofias incluem:
- O hinduísmo, que acredita em uma série de planos de existência, cada um com seu próprio tempo.
- O budismo, que acredita no conceito de samsara, que é o ciclo de renascimento. No samsara, o tempo é visto como uma ilusão, e os indivíduos estão constantemente se movendo entre diferentes planos de existência.
- O sufismo, que é um movimento dentro do islamismo que enfatiza a experiência mística. Os sufis acreditam que o tempo pode ser transcendido através da oração e da meditação.
- O neoplatonismo, que é uma escola de filosofia que floresceu no século III d.C. Os neoplatônicos acreditavam que o tempo é uma emanação do mundo espiritual, e que o mundo espiritual é eterno.
- A filosofia perene, que é uma visão universal da realidade que é compartilhada por muitas culturas e religiões diferentes. A filosofia perene acredita que o tempo é uma ilusão, e que a realidade última é eterna.
Essas são apenas algumas das muitas filosofias e cosmologias que preconizam que o tempo é diferente a depender do nível em que se vive. Essas filosofias oferecem diferentes perspectivas sobre a natureza do tempo, e podem nos ajudar a compreender melhor nossa própria experiência do tempo.
Percebendo o tempo e o fenômeno da consciência
A antropologia, como campo de estudo, se dedica ao entendimento do homem e de suas construções culturais, sejam elas científicas ou espirituais. De uma perspectiva antropológica, ciência e espiritualidade são ambas maneiras que os seres humanos desenvolveram para entender e dar sentido ao mundo ao seu redor.
A ciência faz isso através do método científico, que busca criar um entendimento objetivo e replicável do mundo natural. Esse método depende da observação e da experimentação e usa teorias e modelos matemáticos para fazer previsões que podem ser testadas.
A espiritualidade, por outro lado, busca dar sentido ao mundo através de uma compreensão mais subjetiva e pessoal. A espiritualidade tende a enfocar mais as questões internas, como o significado e o propósito, e se baseia em experiências individuais e pessoais. Ela também pode usar mitos e narrativas para explicar o mundo e o lugar do indivíduo nele.
Tanto a ciência quanto a espiritualidade têm suas forças e limitações. A ciência é muito boa em responder a perguntas sobre como as coisas funcionam, mas luta para lidar com questões de porque as coisas são como são. A espiritualidade, por outro lado, pode oferecer insights poderosos sobre o significado e o propósito, mas pode ser menos útil quando se trata de entender os detalhes do funcionamento do mundo natural.
Quando se trata de entender o universo, a ciência e a espiritualidade oferecem duas lentes diferentes, mas complementares, através das quais podemos ver o mundo. Ambas podem nos ajudar a entender melhor nossa experiência do tempo, como vimos nas cosmologias de Gurdjieff e outras filosofias e religiões mencionadas anteriormente.
No que diz respeito às observações científicas modernas que corroboram ideias antigas, é importante notar que nossos antepassados tinham suas próprias maneiras de observar e entender o mundo. Podiam carecer da tecnologia atual e das teorias matemáticas que temos hoje. Contudo, tinham uma profunda conexão e compreensão do mundo natural.
Além disso, muitas das ideias espirituais e filosóficas antigas são baseadas em observações empíricas e em uma compreensão profunda da natureza humana. Elas podem não ter sido formuladas no mesmo idioma ou com as mesmas ferramentas que a ciência moderna, mas isso não significa que sejam menos válidas ou precisas.
Finalmente, é importante notar que a ciência e a espiritualidade não precisam ser mutuamente exclusivas. Muitos cientistas são pessoas profundamente espirituais e muitas pessoas espirituais valorizam e respeitam a ciência. Em última análise, ambas buscam a verdade e a compreensão, e ambas podem enriquecer nossa experiência e compreensão do universo.
Um modelo holístico
O modelo cosmológico de Gurdjieff oferece um meio se não preciso, pelo menos simbólico para uma compreensão mais holística do universo. O que inclui a ciência e a espiritualidade. Reforça o fato de Gurdjieff propor que tudo obedece às leis de transformação de energia, das mais densas a mais sutis. Contudo, em seu modelo todo o universo é ainda assim material e não dual.
Gurdjieff proporciona um modelo do universo que é ao mesmo tempo material e holístico. Seu conceito do Raio da Criação retrata o universo como um sistema em cascata, onde cada nível tem sua própria densidade de energia e tempo, e cada nível é alimentado pela energia que flui para baixo a partir do nível acima. Assim, este modelo apresenta o universo não como uma coleção de objetos isolados, mas como um único sistema interconectado.
Esta visão unificada do universo tem paralelos com algumas das ideias mais recentes em física e cosmologia científica. Por exemplo, a teoria do campo quântico retrata o universo não como um conjunto de partículas individuais, mas como um único campo interconectado. Da mesma forma, a teoria do holograma sugere que o universo inteiro pode ser visto como um único sistema interconectado, onde cada parte contém informações sobre o todo.
No modelo de Gurdjieff, a energia se move para baixo através dos diferentes níveis de existência, transformando-se de formas mais sutis e espirituais em formas mais densas e físicas. Enquanto isto ressoa com a noção de entropia na física, onde a energia se move de formas mais organizadas e concentradas para formas mais dispersas e desorganizadas.
Além disso, a ideia de Gurdjieff de que cada nível do universo é governado por um número diferente de leis ecoa a noção de “dimensões ocultas” na teoria das cordas, onde diferentes dimensões do universo podem operar de acordo com diferentes regras.
Portanto, a cosmologia de Gurdjieff pode oferecer uma perspectiva única e holística sobre a natureza do universo, que engloba tanto a ciência quanto a espiritualidade. Embora Gurdjieff possa não ter tido acesso à terminologia e às teorias científicas modernas, suas ideias parecem antecipar algumas das descobertas mais recentes da física e da cosmologia. No entanto, é importante lembrar que a cosmologia de Gurdjieff é principalmente um modelo espiritual e simbólico, não um modelo científico no sentido moderno do termo.
O desejo de entender a vida, a consciência e seus propósitos
A cosmologia de Gurdjieff proporciona um profundo impacto na nossa percepção sobre a vida, a consciência e o propósito. Ele propõe em seus ensinamentos que a humanidade vive em um estado de “sono” psicológico, aprisionada em padrões de comportamento automáticos e reativos. Segundo ele, o propósito da vida consiste em despertar para um estado de consciência mais elevado.
Gurdjieff vê a vida e a consciência como partes integrantes de todo o universo, e não como fenômenos isolados. Para ele, a vida integra o fluxo universal de energia, que flui dos níveis mais sutis e espirituais do universo para os níveis mais densos e físicos. Durante esse processo, a energia se transforma e passa por diversas etapas de manifestação, que incluem a vida biológica e a consciência humana.
A consciência, em particular, é vista como uma forma particularmente sutil e complexa de energia. De acordo com Gurdjieff, a consciência humana tem a capacidade única de se autorrefletir e, portanto, de se autotransformar. Esta capacidade de autotransformação é fundamental para o processo de “despertar” proposto por Gurdjieff.
O propósito da vida, então, de acordo com Gurdjieff, é o autodesenvolvimento e a autotransformação. Este é um processo que exige um esforço consciente e deliberado, e que é facilitado por práticas como a auto-observação, a lembrança de si mesmo e o trabalho em grupo.
Então, para Gurdjieff, a compreensão da vida, da consciência e do propósito não é apenas uma questão teórica, mas algo que tem implicações práticas profundas. Ao entendermos a nós mesmos e ao universo de uma maneira mais profunda, podemos começar a viver de uma maneira mais consciente e proposital.
A dúvida que sempre paira: em quem acreditar?
Devemos acreditar em um místico ou em uma ciência que ainda está longe de oferecer respostas completas? Afinal, a realidade é que tanto a ciência quanto o misticismo possuem seus próprios limites e pontos fortes na busca pela verdade.
A ciência é uma ferramenta poderosa para investigar o mundo natural e o universo físico. Ela usa o método científico – observação, experimentação e repetição – para descobrir padrões, fazer previsões e desvendar os mistérios do universo. No entanto, a ciência pode estar limitada em sua capacidade de responder a algumas das perguntas mais profundas que temos, tais como: “Qual é o propósito da vida?” ou “O que é a consciência?”.
Por outro lado, o misticismo oferece uma forma de conhecimento direto ou intuitivo que vai além do que pode ser conhecido através dos sentidos físicos ou do intelecto. Os místicos buscam a verdade por meio de experiências internas profundas, meditação ou práticas espirituais. No entanto, as visões místicas podem ser muito subjetivas e variar amplamente entre diferentes indivíduos e tradições. Além disso, as alegações místicas são muitas vezes difíceis de testar ou verificar de forma empírica.
Portanto, tanto a ciência quanto o misticismo têm papéis a desempenhar na busca pela verdade. Eles oferecem diferentes maneiras de conhecer o mundo e o universo, e cada um pode enriquecer nossa compreensão de diferentes maneiras. Talvez, a chave esteja em não ver ciência e misticismo como mutuamente exclusivos, mas como complementares. Enquanto continuamos a buscar respostas para as perguntas mais profundas, podemos nos beneficiar tanto da exploração científica quanto do insight místico.
Conclusão
Por fim, podemos concluir que a cosmologia de Gurdjieff implica que as mesmas leis que regem o mundo físico são também as leis que regem o mundo psicológico e espiritual. Afinal, é tudo energia e parte de um só universo. Assim, o tempo é uma construção do ser. Compreender isso implica que temos a capacidade de controlar nossa própria experiência do tempo. Portanto, isso tem implicações importantes para nossa liberdade e autonomia. Pois sugere que não somos vítimas do tempo, mas sim cocriadores de nossa própria experiência.