6 desafios de desenvolvimento do Ser

 

 

 

O desenvolvimento do Ser necessita ser realizado de uma maneira integral. Também é necessário aprender como realizar este processo. De antemão, o desenvolvimento de nosso Ser não ocorre de forma autônoma. Precisamos, em primeiro lugar, aprender a isolarmos do caos da vida. Caso contrário, não teremos energia para realizar o crescimento de nosso Ser. Contudo, este isolamento não pode ser confundido por se separar da vida. Nesse sentido, desenvolvemos nosso Ser enquanto usufruímos e também nos desenvolvemos na vida. Contudo, é um desafio que requer uma segunda educação para nos guiar neste obscuro processo. Mas não se assuste! Sim, é possível realizar esta jornada!

 

Conceitos sobre o desenvolvimento do Ser

Antes de avançarmos no tema do desenvolvimento do Ser, vale rever os o principais conceitos até então apresentados em artigos anteriores:

 

  • Todo o Universo está submetido a atuação de três forças (forças ativas, passivas e neutralizantes –  Lei de Três)

  • A Força neutralizante não pode fazer por si, somente regula o processo entre a tensão das polaridades, cessando o movimento

  • Fazemos parte do Universo e também estamos submetidos a Lei de Três

  • Estamos submetidos a duas forças neutralizantes: Força da vida e Força do Trabalho interior

  • Força da vida, nível orgânico, biológico, mecanização do ser humano, somente reage às impressões recebidas

  • Força do Trabalho interior, verdadeira psique da humanidade, contato com nossa essência, ação certa, evolução e progresso do Ser

Ainda vale lembrar os seguintes conceitos:

 

  • A vida alimenta a nossa  personalidade, que nos foi imposta pela primeira educação, ou seja, cultura, família, sociedade, trabalho, etc.

  • A personalidade é algo externo a nós, criada pela vida e para a vida orgânica

  • Trabalho interior alimenta nossa Essência que cresceu até um determinado ponto e encontra-se soterrada em nossa consciência

Em relação a Força do Trabalho interior vale dizer:

 

  • Esta é a Força do progresso da humanidade, do nosso Ser

  • É a Força primordial de toda manifestação religiosa e da religiosidade humana

  • É chamada de Força Esotérica e somente a conhecemos como fenômeno

 

Desenvolvendo na vida e desenvolvimento do Ser

Por ser um fenômeno, a Força Três do Trabalho Interior pode ser interpretada como acharmos mais adequada ao nosso entendimento. Nesse sentido, podemos chamar de Deus, Arquétipos, Força Universal, Amor, Força moral, etc. Bem como pode até ser vista como uma programação evolutiva genética. A mesma que fez nossos ancestrais saírem das árvores e cavernas criando o atual homo sapiens. Enfim, o que interessa é perceber o fenômeno. E isto deve ser feito pela auto-observação e observação direta das Leis que nos governam.

 

 

O desenho acima mostra os centros de inteligência e seus principais desafios de desenvolvimento. Assim,a mensagem é que as influências esotéricas e trabalho interior devem possuir prioridade hierarquia em nossas vidas, pois, estão ligadas a níveis de consciência superiores.

 

Dessa forma, discussões sobre qual é a verdade atrás do fenômeno somente dividem a humanidade em grupos, fomentando conflitos. Além disso, qualquer nomeação dada ao fenômeno, não altera o fato da existência das forças atuantes em nosso Ser. A fonte da Força Esotérica (ou Trabalho interior) pode ser totalmente material como no caso da evolução genética, porém, isto não elimina que tal força exista e nos dê impulso para uma vida de progresso real. Silumtâneiamente, que nos traga mais consciência e mais liberdade de ação.

 

Leis que governam o Ser

Nesse sentido, devemos entender que a consciência mais elevada é governada por menos Leis e, por consequência, possui mais livre arbítrio em suas ações. E afinal, não é este o objetivo que queremos alcançar?O progresso real ? Acredito que todos se queixam justamente da ausência de progresso da vida, e com isto se reflete diretamente em nossa sociedade.

 

O indivíduo é o menor dos universos, assim, também podemos avaliar a atuação da Lei de Três em nossas vidas. Ao passo que somos submetidos a Lei de Três e, por isto, é dito que o ser humano é triuno. Temos três cérebros e não um. Assim também temos três centros de inteligência: centro físico, emocional e mental. Contudo, acredito que para muitos este conceito já não é tão novo, mas, muitos não entendem realmente o que isto significa. Assim, devemos entender que somos um ser de três cérebros e, portanto, precisamos desenvolver nossos três centros de inteligências simultaneamente.

 

Influências sobre o Ser

Se o nosso Ser é submetido às influências de duas forças neutralizantes (Força da vida e Força do Trabalho interior), logo, temos “três cérebros” que recebem duas influências, a da vida e do Trabalho interior. Portanto, para  nos desenvolvermos na vida, passamos por  um processo de educação. Logo, este processo também  precisa acontecer para desenvolvermos nosso Ser.  Isto se chama receber uma segunda educação. Acima de tudo, o desenvolvimento do Ser sem esta segunda educação é praticamente impossível de acontecer.

 

Enfim, o desenvolvimento do Ser requer que primeiro trabalhemos na vida, que tenhamos material e energia obtida pela vida para ser elaborado. Então, ter cultura, educação, realizações, comprometimento, participação social são atributos necessários para elaborar nosso Ser. Assim, torna-se uma prerrogativa no Quarto Caminho: fazer a construção do nosso Ser enquanto estamos na vida, crescemos na vida para poder usufruir plenamente da vida. Como resultado, a vida é um terreno de aprendizagem do nosso Ser, onde, se despertos, temos a chance de tornarmos co-criadores desta obra. Podemos ser verdadeiramente livres e responsáveis por nossos atos.

 

A segunda educação no desenvolvimento do Ser

Primeiramente, as influências, que guiam o trabalho interior nos três centros de inteligências, são recebidas inicialmente pela  segunda educação. Além disso, esta segunda educação é um processo de autoconhecimento e de descoberta das Leis da Criação. Contudo, é importante descobrir por si que estas Leis que governam a criação também governam nossa psique. Em tempos antigos, esta segunda educação era feita por escolas iniciáticas para poucos escolhidos. Nesse sentido, a religião, como fenômeno de massa dificilmente consegue transmitir a segunda educação. No entanto, a religião é importante por conter fragmentos da segunda educação que impulsionam aqueles mais inquietos para a busca pela Verdade.

 

 

A figura acima mostra os três centros de inteligências posicionados no Eneagrama pela tradição de Claudio Naranjo.Al[em disso, é uma maneira de mostrar que o Trabalho interior ocorre em nosso interior, em nosso Ser, onde não se pode ver pelo mundo físico a não ser por sua própria manifestação.

 

Hoje, a segunda educação está fragmentada em uma sopa esotérica globalizada. Indianos estão lendo o Novo Testamento, americanos fazendo yoga, europeus batendo tambor xamânico, australianos fazendo rituais africanos. Em outras palavras, é a onda do “self service” esotérico onde experimentamos de tudo e escolhemos somente o que gostamos. Do ponto de vista do Quarto Caminho, estamos vivendo um período de transição global onde as grandes instituições seculares e escolas de segredos foram forçadas a se abrir para o mundo e a avaliar suas próprias sombras.

 

O conhecimento, antes velado por estas tradições seculares, está totalmente exposto, porém, ao mesmo tempo, muitos são os que não percebem. E por que isso ocorre? Porque este conhecimento requer entendimento que é passado de professor para alunos, mestre para discípulos. No entanto, não pode ser simplesmente entendido como uma filosofia de vida. Al[em disso, requer aprender a desenvolver os três centros de inteligências superiores em ações práticas. Logo, devemos entender que neste caso, mestres  são pessoas que desenvolveram o seu Ser suficiente para poder ensinar. Ou seja, pessoas em que a ação segue o discurso. Ainda mais, não são os que leram livros e decoraram o texto.

 

Conhecer não é entender como desenvolver o Ser

O Trabalho deixa muito claro de conhecimento é diferente de entendimento. Nesse sentido, o conhecimento é transmitido para a vida, porém, o entendimento exige esforço e sacrifício para ser incorporado em nosso Ser. Ou seja, o entendimento está no nível do Ser e do Trabalho Interior. Afinal, é um nível de consciência superior ao da vida orgânica.

 

No entanto, a ausência de tais “mestres com entendimento” pode ser contornada por um grupo de pessoas dispostas a fornecer ajuda mútua de forma honesta, sem interesses além do desenvolvimento do Ser, gerando um ambiente de plena confiança. Como resultado, grupos de estudos são um ótimo ponto de partida. O grupo é útil, pois, diminui a chance de cairmos no nosso auto-engano, fantasias e imaginações.

 

Desenvolvimento do Ser pelo corpo, mente e emoção

Então, vamos falar mais sobre o desenvolvimento integral nos próximos artigos. Quais as maneiras de trabalharmos pelo caminho do corpo (fakir), emoção (monge) e iogue (mente) para que cada um aprenda a cunhar sua pílula de transformação.Dessa forma, a primeira figura deste artigo já aponta caminhos que devemos traçar. Então, Fica como sugestão que cada um faça a sua análise de suas forças e fraquezas em cada desafio de desenvolvimento. Medite sobre isto e escreva um ponto de ação factível a ser realizado em uma semana para cada um destes itens. Por exemplo, pode começar com fazer exercícios físicos (corpo), meditação por 10 minutos diários (mente) ou uma oração de agradecimento pela manhã e pela noite (coração). Tente se possível identificar uma ação para cada um dos três centros.

 

Lembre-se que toda atividade realizada com presença e auto-observação é útil para o Trabalho Interior, tornando-se alimento para o nosso Ser. Toda ação realizada sem presença, mecanicamente, estará dispersa na consciência inferior da vida.

 

 

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